segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Um mes!!!



Comemorando um mes de viagem na casa da Joanna, em Poznan.

Tem video de Cracovia, anterior a esse pra colocar, mas nao to encontrando. Fica pra depois!

Ah!!! Esse blog escolhe os piores momentos pra sevirem de entrada pro video! Meu Deus! Quanta vergonha ja passei por aqui! Uma a mais, uma a menos...

Destaque para quem canta ao fundo!!! Ai, ai...

=*

Estação de Praga



Cansadas, esperando a Polaquinha conseguir nosso bilhete pra Cracovia.

Isso foi no dia 2 de janeiro se nao me engano...

Falta so um mes e 21 dias pra atualizar!

=)

Patinando!!! Ou quase...



Ainda na Republica Tcheca, pessoal levou a gente pra patinar numa "piscina" dos bombeiros (explicaram assim) congelada...

Parecia um laguinho!

Tombos e risos...

Aãããhhnn???



Quem entende levanta a mão!!!

E dizem que portugues é dificil...

(to num teclado frances agora, nao sei por onde andam os acentos...)

Divirtam-se!!!

Virada!!



Bem-vindo 2009!!!

Meu Deus!!! Que blog atrasado!!!
Antes tarde do que nunca... (profundo, não?)

Chegada na Republica Tcheca!!



Ebaaa!!!
Video novo!! Pondo alegria por aqui!
Essa foi a nossa chegada na casa em que passamos o reveillon!

Reveillon estranho e divertido...
Muito bom lembrar!

Beijo!

domingo, 15 de fevereiro de 2009

PARTE 1

Oi meus benzinhos!!!
Sei que ainda falta muita coisa pra atualizar e esse blog ta cheio de lacunas... vai ficar mais perdido ainda depois de agora! Mas escrevi esse texto e depois de lerem vão estar bem pertinho do que esta sendo o meu hoje... Não se assustem (principalmente pai e mãe) e leiam certinho: primeira parte, depois segunda, e por ai vai. Ta bem grandinho...
Um beijo e espero conseguir postar os videos antigos antes da minha volta!!! La vai:

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Ontem eu perdi 40 euros...

Antes disso, minha tristeza foi ler placas com o escrito "fermé" no musée Rodin. Estava entre as minhas maiores vontades em Paris. Poder ver de perto as obras desse artista que entrou na minha vida tão cedo... Onze, doze anos, cursinho de frances da mamae, filme Camille Claudel (assistam!!!).
Queria ver e reviver o fascinio que seu talento me causou. E sentir de novo o impacto do absurdo louco amor de Camille, que diferente da verdadeira conjugação de amar, a fez perder o sentido da vida.

Perdi por falta de atenção, planejamento ou qualquer outra dentre as hipoteses que vem acompanhadas de "se", seguidas por "eu" e somadas a um verbo qualquer. Mas, como diz meu pai, "se" não existe e o motivo dessa e de tantas outras perdas que acontecem no passar dos dias (e que seriam facilmente evitadas) são e serão sempre desconhecidos.

O fato é que era bem significante pra mim, pra minha viagem. Ia um bocado além de visitar um museu...

De la o combinado era encontrar com a Laila no Louvre. Não queria ir pra la pra baixo e acabar prejudicando outra coisa importante. Pra distrair a chateação liguei para o meu outro "L", que tem significado de amor, colo e paz. E esta sempre entre os minutos, horas e euros mais bem gastos dessa viagem. E assim foi... Me recuperei da frustração e fui encontrar com a Laila. Vi as pinturas do inicio querendo ver as esculturas do Rodin e da Camille, mas não demorou pra entrar no clima e conseguir estar inteira la. O pouco que pudemos conhecer ja fez valer um bocado toda a viagem pra Paris. As esculturas gregas e romanas arrepiam e dão lagrimas nos olhos, sem uma letra de exagero. Não é a toa que eram as salas mais repletas de estudantes de artes no chão, ao pe das esculturas, fascinados, fazendo desenhos tomarem lugar no papel branco. Lindo, lindo, lindo!

Nosso dia foi uma correria do inicio ao fim. Mal sabiamos que estava apenas começando...
Saimos do Louvre pro hostel, pegamos a mala e fomos rumo à estação de trem. Era nosso ultimo dia dos 5 que passamos em Paris. Partimos pra comunidade que nos receberia por duas semanas. Nossa chegada estava marcada pro dia 10, mas o blihete mais barato que conseguimos era pro dia 9, às 19:54 e mesmo assim foi bem caro!! Quase 70 euros pra viajar de TGV (train à grande vitesse) dentro do mesmo pais!!! Pagamos 30 euros de avião de Lyon pra Roma!! Não da pra conformar, mas era a unica opcao. Entao nao queriamos nem podiamos pagar por mais uma noite em Paris. Depois de uma madrugada na estação de Praga, uma noite no aeroporto de Genebra, passar uma noite na gare de Lyon soava quase como normal. De la iamos pegar o primeiro trem pra cidade em que o pessoal da comunidade ia nos buscar. Entao esse era o plano: noite na estação, primeiro trem da manha. Chegariamos as 23:00, o primeiro trem era 5 e alguma coisa. Mas chegamos e as coisas nao começaram muito bem.

No trem descobri que havia perdido o dinheiro. Fiquei mal, estamos no ultimo mes da nossa viagem, com cada centavo contado e esse dinheiro faria muita diferença. Na estação liguei pra minha mãe e numa mistura de saudade, preocupação e culpa, chorei pela primeira vez na noite. Mas ganhei o colo e a segurança que precisava pra ficar melhor e encarar a noite cansativa que ja sabia ter pela frente. A estação era muito fria e não tinhamos achado um lugar bom pra ficar. Tinhamos dois pães de sal com manteiga no estomago, uma xicara de cafe e mais nada porque tomamos cafe da manha no hostel, saimos, passamos a tarde no Louvre, voltamos pra pegar a mala e so tivemos tempo de parar dentro do trem. Eram mais de onze da noite. Tudo fechado. Desliguei o telefone com minha mãe e fui cuidar das malas enquanto a Laila procurava um canto que pudessemos ficar. Alguns minutos depois ela voltou com uma cara que me fez perguntar imediatamente "o que aconteceu?". Ouvi "a estação fecha meia noite e nos não podemos ficar aqui". E esse foi o primeiro "o que nos vamos fazer?" da noite.

Pensamos juntas em esconder em algum lugar, trancar no banheiro, sei la! Laila saiu pra dar uma olhada e pouco tempo depois vi dois caras conversando com ela e chegando perto quando ela parecia querer sair. Eu não sabia o que fazer e nem o que tava acontecendo. Se estavam dando informação ou criando problema. Não podia deixar as malas sozinhas e sentia muito medo do que eles queriam fazer. Gritei a Laila pra mostrar que ela não estava sozinha mas me pareceu não terem ouvido. Alguns segundos depois a Laila começou a voltar e eles sairam de perto. Senti alivio até ela contar que eles perguntaram se estavamos perdidas, disseram que nos viram sozinhas e que podiamos dormir na casa deles, ela e a "irmã", terminando com a pergunta "voces fumam maconha?". Disseram tudo isso enquanto a Laila fingia não entender uma so palavra. A Laila disse que tava com muito medo. Eu também tava. Mas disse pra ela que eu ia falar com o cara da estação, pedir pelo amor de Deus, o que fosse preciso. Chegamos com dicionario na mao (o cara so falava frances) e muita esperança de que fosse dar certo.

Começamos a perguntar mas o frances nao saia e nem o cara tinha paciencia pra entender. Chamou outra funcionaria que falava ingles. Explicamos pra ela toda a historia e ouvimos a mesma resposta de que nao poderiamos ficar. Ela sugeriu um hotel, mas nao tinhamos dinheiro e nem fazia sentido pagar duas diarias pra passar 4 horas e meia ate o horario do 1º trem! Eu tinha perdido dinheiro, sobrou pouco em euro e o resto que tinha tava em franco suiço, nao tinha casa de cambio aberta a essa hora. Entao a moça nos passou um endereço de uma associação perto dali que afirmou ser segura e que nos receberia. Fomos à procura. Andamos cerca de 10 minutos carregando mala pesada sozinhas, meia noite, tudo fechado, quase ninguem na rua, numa cidade que nao conheciamos absolutamente NADA. Fora o desespero de não saber se iamos conseguir um lugar pra passar a noite.

PARTE 2

Enfim, chegamos na associação. Contamos a historia pro recepcionista que com cara de "não é problema meu" respondeu "isso é impossivel, não posso dar um quarto pra voces" e eu disse que na verdade, pra nos seria suficiente ficarmos assentadas na escada da recepção porque so precisavamos de um lugar quente e seguro pra passar as proximas 4 horas da madrugada e mais nada. E ele, com a mesma cara, repetiu a palavra "impossivel".

Virei as costas pra ele e comecei a chorar pela segunda vez na noite. Laila tentou me acalmar e disse que tudo ia dar certo. Eu não conseguia sentir outra coisa a não ser o desespero de não saber o que fazer. Enquanto isso o homem disse pra Laila que podiamos ir pra uma estação chamada Perrache que ficava aberta toda a noite e que era quente.

Fomos pegar o metro, era a ultima estação, longe de onde estavamos. Quando chegamos na estação pra ir pra Perrache passamos a considerar a possibilidade de ficar la mesmo, porque ia fechar em pouco tempo, nao ia entrar mais ninguem porque os metros paravam de passar, estariamos seguras e nao fazia frio. Ate chegar um homem e dizer que aquele era o ultimo metro da noite e que deviamos ir nele. Dissemos que queriamos ir pra Perrache, ele disse que nao era aquele e que o ultimo metro pra la ja havia passado. Pensamos: "entao vamos ficar aqui mesmo!" Mas ai chegaram mais dois homens, funcionarios da estacao e disseram "vamos fechar, voces tem que ir embora". Dessa vez a Laila começou a chorar enquanto eu ria de nervoso. Explicamos tudo o que tinha acontecido ate la mais uma vez e disseram tambem pra irmos pra tal de Perrache. Falamos "mas nos não perdemos o ultimo metro?" e eles responderam "é verdade, mas o ultimo onibus pra la passa em 5 minutos". Corremos desesperadas!! (Vou ter que contar isso: um deles me ajudou a subir a escada com a mala e ficou reclamando do peso!! Imaginem so!! Carreguei a noite toda sozinha, com 1,63 e 56kg!!! E um homem mais alto e mais forte quase nao dava conta! Nenhum homem oferece ajuda mesmo pra carregar a mala aqui na França!! Nas estacoes de metro, o tempo todo subimos e descemos muitas escadas quase caindo enquanto varios homens passavam do lado, inclusive policiais e fingiam que nem viam. A unica ajuda que tive foi de uma mulher e a desse que reclamou).

Chegamos no ponto e no painel marcava 9 minutos pro onibus passar. Entao chegou um homem: alto, forte, bebado, com um dos olhos completamente roxo e o rosto todo arranhado pedindo cigarro. Respondi que nao tinhamos e foi o suficiente pra que ele assentasse perto e começasse a conversar. Estamos bem treinadas em fingir de desentendidas, de burras então, melhor ainda! Enquanto ele perguntava em frances, italiano e ingles de onde nos somos e pra onde iamos a gente fazia cara de ponto de interrogação. Estavamos com medo de pegar onibus com ele, ate que ele saiu cambaleando pra comprar cigarro. Olhei o painel de novo e falei "ainda bem! faltam so tres minutos pro onibus chegar, nao vai dar tempo dele voltar". O onibus apontou na esquina e o bebado de olho roxo na outra. Entramos e ele assentou do nosso lado. Continuou tentando conversar, eu nao falava nada e virava o rosto, ele cutucava minha mala pra eu olhar pra ele. Nos chamou de filhas da puta (em frances, que é bem parecido) enquanto ria. Disse pra Laila o que ele falou e que ele tava tao louco que era bem capaz dele descer so quando nos duas descessemos. Rezava pra aquele homem sair dali. Pouco tempo depois ele saiu e comecei a chorar pela terceira vez. De alivio e de panico por saber que a noite ainda nao tinha acabado. Laila falava pra eu ficar calma e eu dizia estava tentando mas nao sabia o que iamos fazer se a tal de Perrache estivesse fechada. Estavamos indo pro lado oposto de onde nosso trem saia de manha, em torno de uma da madrugada, dentro do ultimo onibus. Se estivesse fechada nao teriamos nem onibus, nem metro, nem bondinho, nem taxi, NADA pra ir pra lugar nenhum. Sem contar que era a nossa ultima esperança de onde ficar.

PARTE 3

Chegamos na estação, descemos do onibus e sim, estava fechada. Tinha um cara encostado na parede que falou alguma coisa incompreensivel quando passamos por ele. Saimos puxando as malas e ele começou a andar na nossa direção. A Laila falou "Larissa, corre!". Vi uma placa de hotel e falei pra irmos pra la. Fomos andando o mais rapido possivel, tirando forças nao sei de onde (ainda eram dois pães de sal, fora tudo que ja tinha acontecido) enquanto o cara nos seguia. Entramos no hotel, a Laila explicou pro recepcionista que tinha um cara nos seguindo, se podiamos ficar la um pouco. Ele deixou. Chorei pela quarta vez, nao tava aguentando aquilo mais! Disse pra Laila pra irmos pra um outro hotel que tinha visto a placa na mesma rua e parecia ser mais barato. Falei pra gente pagar com o que tinhamos e foda-se o resto da viagem. O recepcionista perguntou se queriamos agua, disse que sim, por favor. Laila foi ajudar e ele trouxe agua e suco de laranja. O cliente do hotel que ele estava atendendo saiu e entao ele perguntou se queriamos cha, cafe, se estavamos com fome e que nao precisavamos nos preocupar que ali estavamos em segurança e podiamos ficar o tempo que fosse preciso. Eu e a Laila choravamos sem conseguir acreditar. Era a unica coisa que a gente precisava: um lugar seguro pra passar 4 horas!!!

O nome do nosso anjo é Djidar. Ele é de Bali, magro, baixo, negro, sorrisao no rosto e uma bondade que ja duvidavamos encontrar em alguem naquele dia. Contamos toda a nossa historia (e descobrimos que se espremer o frances sai, porque ele nao fala ingles e conversamos o tempo todo) e ele nos disse que pensa que isso poderia acontecer com as irmas dele ou com qualquer pessoa que ele ama e que quem consegue imaginar isso é capaz de ajudar e que na França (ele vive aqui ha anos) é muito dificil poder contar com a ajuda de alguem.
Quando contamos que o recepcionista da associação e os funcionarios do metro nos disseram pra irmos pra "Perrache" porque nessa estação havia um lugar que poderiamos ficar, Djidar disse que ha sim um lugar que fica aberto, mas é onde dormem DROGADOS, BEBADOS e MENDIGOS. Ele disse que nos estavamos na parte mais perigosa de Lyon, onde so ficavam marginais, bandidos, drogados e prostitutas e que qualquer pessoa que mora em Lyon sabe disso.

PARTE 4

Eu não conseguia acreditar como aqueles homens foram capazes de nos mandar pra la!!! O que mais me doi e revolta é a crueldade que esta por tras disso. é lembrar daquele homem que dizia "impossivel" pro nosso pedido de ficar ali por 4 horas, nas ESCADAS, até podermos pegar o primeiro trem e que depois de negar, me ver chorar, nos ver desesperadas sem ter pra onde ir ainda foi capaz de nos mandar para o pior lugar que poderiamos ir, pro fundo do poço mesmo. Depois ainda apareceram mais dois pra reforçar. Dificil acreditar que tres trabalhadores, homens normais que poderiam ter filhas da nossa idade na mesma situação, conseguem ser frios o suficiente pra nos mandar pro buraco, completamente vulneraveis a todos os riscos dali e depois deitarem a cabeça no travesseiro e dormir.

Djidar disse que é o que ele mais ve na França. Se voce é um estranho, não importa o que seja: mulher, estrangeira, estudante, eles não fazem a menor questão e muito menos se sentem na obrigação de ajudar alguém em apuros simplesmente pelo fato de não conhecer. Pra completar ele ainda disse que quando entramos no hotel e pedimos pra ficar porque um homem nos seguia, o tal cliente (jovem, provavelmente estudante ou recem-formado) perguntou a ele com tom de desprezo: "voce vai deixar elas ficarem aqui?", quando Djidar respondeu que sim o cliente completou "mas voce tem permissão pra isso?" e Djidar disse "essas meninas estão sozinhas e correndo perigo caso não fiquem aqui, então resolvi que a partir de agora eu sou responsavel por elas e voce nao precisa se preocupar com isso". Não sei se o problema é da França, so sei que, mesmo sabendo que de gente ruim o mundo esta cheio, nao consigo imaginar isso acontecendo no Brasil, acho que so bandidos seriam capazes do que fizeram e de tanta frieza.

Djidar nos deu cha, pudemos finalmente comer o pão e o presunto que tinhamos comprado, perguntou se queriamos ligar para o Brasil, se estavamos com sono, arrumou duas caminhas numa sala pra que pudessemos descansar. Olhou o horario do primeiro trem, ofereceu pagar o bilhete do onibus ate a estação. Dormimos, ele nos acordou a tempo de tomar cafe pra pegar o onibus. Ja tinha cha quente nos esperando. Acordei com a garganta fechada, rouca, tossindo, ele me deu mel, perguntou se queriamos uma fruta pra levar e nos deu a maçã mais saborosa que ja comi na vida.

Chegamos na estação e compramos o bilhete pra Vallance, cidade perto da comunidade onde trocariamos de trem pra Saint-Marcellin. O funcionario nos vendeu para o trem que ja estava prestes a passar, mas demorou tanto pra fazer tudo que quando chegamos na plataforma ja tinhamos perdido. Trocamos o bilhete e tivemos que esperar por mais uma hora. Dessa vez o destino era Grenoble. O trem chegou e quando entrei ficava pensando como era possivel que a nossa ida pra um lugar de tanta paz e bondade poderia ter sido esse inferno. O trem chegou em Grenoble alguns minutos atrasado e o trem que fariamos conexao pra Saint-Marcellin estava pontual e por isso perdemos de novo e dessa vez esperamos por mais de uma hora. A sala de espera estava fedendo alcool da respiração de algum bebado. Meu estomagao dava voltas e voltas e nao dei conta de ficar la. A Laila conseguiu, deitou na mala e dormiu. Eu fui pras cadeiras no meio da estação, pus o capuz do casaco tampando a cara e fiz o mesmo. Acordei dez minutos antes do trem, chamei a Laila e partimos pra Saint-Marcellin. Chegando la esperamos por alguem da comunidade, que fica numa vila, 12 km dessa cidadezinha que descemos.

Chegou o Ingo, alemão, 18 anos. Veio pra comunidade pra trabalhar como voluntario em troca de prestar serviço pro exercito alemão.Conversamos enquanto eu via as paisagens lindas ao longo da estrada. Fomos chegando na Arche, que parece um castelo! Conhecemos o nosso quarto e eu nao conseguia acreditar na vista: embaixo vemos o jardim, ao longo da vista tem o campo verde, arvores, casinhas e la no final toda a imensidao dos Alpes, com os topos brancos de neve. Abracei a Laila e dei graças a Deus. Tomamos um banho, fomos almoçar. Comida perfeita! Fomos apresentados pra todos que sorriam nos desejando boas vindas. Cantaram antes de comer, tao lindo que me fez arrepiar. Conhecemos dois brasileiros e varios franceses (bem diferentes dos anteriores), alguns italianos, todos um doce! E isso aqui parece um pedacinho do ceu!

Obrigada Gabrielzito, meu amigo do coração, por me fazer vir pra ca!

Ainda não me conformo muito por termos passado por tudo o que passamos. Ainda me doi lembrar do medo, da nossa vulnerabilidade, do desespero de nao termos pra onde ir nem saber o que fazer, de estarmos sozinhas, longe de casa, longe da nossa terra, das pessoas que nos amam e fariam de tudo pra nos proteger. Mas ao mesmo tempo vejo o quanto somos abençoadas, nada de grave nos aconteceu apesar de tudo, estamos vivas, inteiras e em um lugar repleto de paz, de energia linda e acredito, mais do que nunca, que quando for preciso, um anjo vai aparecer no meu caminho, em forma de Djidar ou em outra forma qualquer, porque tenho a proteção dos ceus comigo, sempre.

Quis contar toda essa historia por imaginar que dividir essa experiencia possa talvez ajudar alguem de alguma forma, algum dia.

E pra dizer que se às vezes temos motivo pra pensar que o mundo não tem mais solução, temos muito mais pra acreditar que ainda existem pessoas, lugares, almas e sentimentos puros e belos que fazem com que a vida aqui continue fazendo sentido e valendo a pena.

Talvez nunca possamos retribuir ao Djidar o bem que ele nos fez, mas de tudo o que aprendemos nessa viagem sem duvida o mais importante foi que se voce nao pode dar de volta, passe pra frente!!!

Façam isso!

Beijo no coração,

Larissa, Lala, La, Lazinha, Preta, Norahzinha...
Cada vez mais forte!

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Aproveitando a maré boa de postagem...

Esse vídeo foi feito depois da manhã de terror na chegada em Praga.

A gente já tinha encontrado com a polaquinha e estávamos prestes a viver a segunda experiência mais estranha da nossa viagem até hoje.

Ah! Polaquinha tava bem tímida aí... =) Mas depois de conviver um mês com duas brasileiras, tava mais boba que a gente!! Já to com saudade Joanninha!!!

Aguardem os próximos capítulos... se o blog permitir!

Uhuuu!!! Consegui por um vídeo!!!

Nem acredito!! Finalmente meu blog saiu da Suiça!!

E agora tenho um teclado com acentos!!!

Bom, esse vídeo foi feito quando chegamos em Praga, as 04:30 da manha (uma hora de antecedência do horário previsto) e tinhamos que esperar a Joanna (polaquinha) ate 13:00 pra ir pra cidade onde passamos o reveillon. Foi uma viagem de 15 horas num ônibus desconfortável, que fedia e tinha bêbados como passageiros. Não dormimos quase nada. Chegamos e não tinha nada na cidade, tudo fechado, a rodoviária é bizarra, a língua e as pessoas que estavam lá também. Até que resolvemos entrar num bar "non stop" pra fugir do frio que tava congelando e torcer pro tempo passar rápido, mas não passou...

Esse dia foi um dos mais difíceis em termos de cansaço que já passamos até hoje...

Mas valeu como experiência, tudo vale...!

Beijo!