domingo, 15 de fevereiro de 2009

PARTE 3

Chegamos na estação, descemos do onibus e sim, estava fechada. Tinha um cara encostado na parede que falou alguma coisa incompreensivel quando passamos por ele. Saimos puxando as malas e ele começou a andar na nossa direção. A Laila falou "Larissa, corre!". Vi uma placa de hotel e falei pra irmos pra la. Fomos andando o mais rapido possivel, tirando forças nao sei de onde (ainda eram dois pães de sal, fora tudo que ja tinha acontecido) enquanto o cara nos seguia. Entramos no hotel, a Laila explicou pro recepcionista que tinha um cara nos seguindo, se podiamos ficar la um pouco. Ele deixou. Chorei pela quarta vez, nao tava aguentando aquilo mais! Disse pra Laila pra irmos pra um outro hotel que tinha visto a placa na mesma rua e parecia ser mais barato. Falei pra gente pagar com o que tinhamos e foda-se o resto da viagem. O recepcionista perguntou se queriamos agua, disse que sim, por favor. Laila foi ajudar e ele trouxe agua e suco de laranja. O cliente do hotel que ele estava atendendo saiu e entao ele perguntou se queriamos cha, cafe, se estavamos com fome e que nao precisavamos nos preocupar que ali estavamos em segurança e podiamos ficar o tempo que fosse preciso. Eu e a Laila choravamos sem conseguir acreditar. Era a unica coisa que a gente precisava: um lugar seguro pra passar 4 horas!!!

O nome do nosso anjo é Djidar. Ele é de Bali, magro, baixo, negro, sorrisao no rosto e uma bondade que ja duvidavamos encontrar em alguem naquele dia. Contamos toda a nossa historia (e descobrimos que se espremer o frances sai, porque ele nao fala ingles e conversamos o tempo todo) e ele nos disse que pensa que isso poderia acontecer com as irmas dele ou com qualquer pessoa que ele ama e que quem consegue imaginar isso é capaz de ajudar e que na França (ele vive aqui ha anos) é muito dificil poder contar com a ajuda de alguem.
Quando contamos que o recepcionista da associação e os funcionarios do metro nos disseram pra irmos pra "Perrache" porque nessa estação havia um lugar que poderiamos ficar, Djidar disse que ha sim um lugar que fica aberto, mas é onde dormem DROGADOS, BEBADOS e MENDIGOS. Ele disse que nos estavamos na parte mais perigosa de Lyon, onde so ficavam marginais, bandidos, drogados e prostitutas e que qualquer pessoa que mora em Lyon sabe disso.

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